Felipe Massa, da Ferrari, não será o único brasileiro na Fórmula 1 em 2013. Após meses de apreensão e negociações, Luiz Razia garantiu seu lugar no grid. O baiano de 23 anos acertou com a Marussia e fará sua estreia na elite do automobilismo mundial neste ano. Vice-campeão da GP2, ele será companheiro do britânico, também estreante, Max Chilton. A equipe ainda não fez o anúncio oficial. Razia mantinha conversas com a Marussia desde o ano passado e havia ficado surpreso com o anúncio de Chilton, acreditando que não teria mais chances. Porém, com a rescisão do contrato de Timo Glock no início de janeiro, o brasileiro voltou a apostar suas fichas no acerto com o time, que é baseado na Inglaterra e comandado por uma montadora russa. A estreia de Razia está marcada para dia 17 de março, no GP da Austrália, que abre a temporada.
- Foi um processo um pouco longo e muito angustiante até esse último momento a gente estava sem nada, praticamente. E a gente conseguiu fechar no “último minuto”. O importante é que consegui algo que trabalhava há 11 anos na minha carreira, desde o kart até agora. E realmente é a conquista de um sonho para mim. Vale mais do que qualquer outra coisa – celebrou.
Luiz Razia nasceu em 4 de abril de 1989 na cidade de Barreiras, na Bahia. Sua carreira em monopostos começou em 2005, na F-Renault 2.0 Brasil e na Fórmula 3 Sulamericana, categoria pela qual sagrou-se campeão no ano seguinte. Em 2007, o baiano fez boa temporada na Euro 3000, além de algumas participações na World Series. Sua história na GP2 começou em 2008, com a entrada na divisão asiática da categoria. Nos três anos seguintes, fez temporadas discretas por equipes médias. Paralelamente, alimentava o sonho da F-1 ao participar de testes de jovens pilotos na VRT (atual Marussia) em 2010 e Team Lotus (hoje Caterham) em 2011.
Luiz Razia testou pela VRT, hoje Marussia, em 2010 (Foto: Getty Images)
Depois de quase ser obrigado a deixar o automobilismo, teve a grande oportunidade da carreira em 2012. Ele entrou na Arden, de Christian Horner, chefe da RBR, bicampeã mundial de pilotos e construtores na F-1. Razia agarrou a chance com unhas e dentes. Fez uma temporada brilhante, com quatro vitórias, e por pouco não faturou o título, que ficou com o italiano Davide Valsecchi. E 2012, o baiano também participou dos testes para novatos pela Force India e STR. Ciente que em tempos de crise econômica mundial, as equipes de F-1 também buscam um suporte financeiro, ele reuniu patrocinadores e conseguiu, enfim, realizar seu grande sonho. Porém, ele lamenta que, para alcançar seu objetivo, não contou com o apoio de investidores nacionais.
- Sempre busquei representar meu país lá fora e levantar a bandeira do Brasil. Mas temos apenas investidores europeus nesse projeto e estamos ainda atrás de uma empresa brasileira para representar. E estamos encontrando muita resistência das empresas o que é frustrante, não acho legal. Nós, pilotos, somos muito cobrados por resultados, mas nunca tive apoio de nenhuma empresa brasileira até aqui. Entramos na F-1 por muito esforço meu, da minha família e do apoio desses parceiros.
A busca por um lugar ao sol não foi fácil. Razia manteve conversas com diversas equipes do grid, como STR, Force India, Caterham e Marussia. A princípio, o baiano lutava por um cockpit em uma equipe do pelotão intermediário. Como a filial da RBR manteve a dupla Daniel Ricciardo e Jean-Eric Vergne e a concorrência na Force India era grande, o baiano então apostou suas fichas nos times menores. O objetivo maior era estar no grid da F-1 para, aí sim, começar a construir uma história na categoria máxima do esporte a motor.
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